quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FM 312 - Famosos Baianos

Disponho de um acervo, ao qual denomino lítero-charuteiro, com algumas preciosidades, capazes de desvendar um pouco da história dos famosos baianos ainda não escrita. São folhetos, catálogos, listas de preços, boletins, que colecionei ao longo dos últimos trinta anos, muitos deles garimpados nos escaninhos das fábricas onde trabalhei. Outros há, fruto da minha atividade profissional, relatórios de viagens, balanços, planilhas de custos, atas de reuniões, estatísticas, fotografias, correspondências, folders, recortes da imprensa, reportagens, projetos, sonhos...

Um manancial de fatos e curiosidades sobre nossos charutos, à espera do momento certo para serem oferecidos aos pesquisadores e ao público leitor brasileiro. Tudo está devidamente embalado. Não só no sentido da embalagem como caixa, mas no significado de “embalar” ser o balançar carinhoso de um filho nossos braços, que é o que sinto ao manuseá-los. Mais ainda. “Embalar” também significa colocar balas. Deixar pronto para o disparo. Para deleite dos que apreciam se inebriar com as fumaças mágicas dos “rolinhos de satisfação”.

Enquanto isso volta e meia, na companhia do meu charuto, me comprazo em manusear tais páginas amareladas, retratos de pedaços da nossa história, esquecidos com o passar do tempo.

Neste instante, em momento de remexer saudades, debrucei-me sobre algumas de tais páginas da vida, ao buscar inspiração para escrever e sinto que continuo a testemunhar minha afeição pelos charutos da Boa Terra. Folheio agora uma coleção de valor inestimável: os boletins trimestrais que a antiga fábrica Suerdieck publicou no período de janeiro de 1949 a dezembro de 1959. Haja munição!

Já plantei milhares de cacaueiros, sou pai de dez filhos. Por isso, para completar minha caminhada, hora dessas quem sabe, tudo venha se transformar num livro. O livro dos famosos baianos.

2 comentários:

Vavy Pacheco Borges disse...

Hugo

Esta historiadora aqui quer ver logo esse livro da história dos "famosos baianos" e eu me lembro de pequena dos anéis da Suerdieck que a gente punha nos dedinhos...

abraços
Vavy Pacheco Borges

Hosando disse...

Meu prezado Hugo,

Mais uma vez me deleito com os seus escritos, não sou apreciador do charuto, mas do amigo engarrafado do homem como dizia Vinicius .
Aparecendo no Rio muito gostaria de reve-lo, um forte abraço.
Hosando