quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

FM 294 - Estamos Melhorando

D

emonstrações de civilidade fazem parte do cotidiano das pessoas ditas educadas. Mas, quando olhamos ao nosso redor vemos quão enorme o caminho a percorrer quando se trata de urbanidade e cidadania. Em especial no campo político.

Noutros centros com padrões culturais distintos dos nossos, para não dizer mais evoluídos, são usuais manifestações de cordialidade entre vencidos e vencedores, entre os políticos e demais homens que, por força de sua militância, se tornaram públicos. Sabem eles que a vida é cíclica e que, assim, devem prevalecer os princípios da fraternidade e do respeito mútuo entre pessoas ideológica ou partidariamente de campos opostos.

Ao menos foi isso que me ensinaram e que, ao longo dos muitos anos em que vivo na minha querida São Gonçalo dos Campos da Bahia, tenho me esforçado em demonstrar pelo comportamento pessoal.

Cidadania e urbanidade não se aprendem somente na escola e na casa paterna. Aprendem-se lendo, estudando, copiando bons exemplos. Não exigem vocação. Apenas requerem desprendimento.

Tudo isso a propósito de experiências por mim vivenciadas nesta terra que há de acolher meus ossos.

Poucos dias após as eleições municipais de 2004, estávamos eu e um fraterno amigo à mesa de um bar, no calçadão que abriga os mais festejados “points” da cidade. De forma inesperada e sem razão plausível fui agredido - esmurrado é a palavra certa - por um cidadão, cerca de 30 anos mais jovem, correligionário do prefeito então eleito e do qual eu fora opositor na campanha. Não prosseguiu na impensada atitude, contido que foi por companheiros seus. Alguns, inclusive, que me vieram expressar solidariedade. Já o perdoei e ele sabe disto.

Agora, nas eleições de 2008, decidi apoiar um novo nome para a prefeitura de minha cidade. A luta nos bastidores foi grande, coisas da política, no sentido de impedir a candidatura de outro pretendente, ex-prefeito, o qual foi eleito com indiscutível apoio da maioria da população. O homem é bom de votos.

Como sei distinguir as coisas, ao comparecer ao Fórum no dia da diplomação, como cidadão, reconhecendo a vitória do eleito ao final da dura luta, quando fui cumprimentá-lo, empunhou seu diploma de forma veemente e pouco cortês e pediu-me, inamistosamente, que “a partir daquele momento não mais lhe dirigisse a palavra”, dando-me as costas.

Seja lá o que Deus quiser!

Menos mal que, desta vez, não fui agredido fisicamente.

Antes tais fatos meu charuto conselheiro me leva a concluir que, em termos de civilidade, estamos melhorando.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hugo...

Fico feliz por estares usando mais uma "nova tecnologia", o Blog.

Acredito ser esse um passo para uma maior divulgação de suas crônicas.

Felicidades e uma grande abraço de amigo

Castro